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Cristiano Ronaldo: “O Manchester é o clube ideal para mim”
Cristiano Ronaldo falou em exclusivo à Gestifute Média, do seu representante Jorge Mendes. Esta é a primeira grande entrevista do extremo português após o Mundial 2006. Hoje damos-lhe a conhecer um primeiro excerto respeitante à ligação de Ronaldo com o Manchester United e à forma como reage aos assobios dos adeptos adversários.

O que é que o fez ficar no Manchester?

CRISTIANO RONALDO – O treinador e o presidente do Manchester conversaram comigo. Eles disseram-me algumas coisas, eu também lhes disse algumas coisas e pronto, não se passou mais nada. É verdade que, antes de regressar a Manchester, disse numa entrevista que tudo poderia acontecer. Mas este foi um clube que me apoiou bastante e onde já ganhei muitas coisas, pelo que há situações que precisam de ser analisadas com calma. Com o apoio do presidente, do Jorge [Mendes] e de Alex Ferguson, tomei a decisão de ficar com mais tranquilidade e penso que foi, mesmo, a decisão mais correcta.

Considera que se precipitou quando disse que já não tinha condições para continuar no Manchester?

R – Quando estamos com a cabeça quente por vezes dizemos coisas que não queremos ou, pelo menos, que não são oportunas. Se calhar, não queremos aceitar que estávamos errados, ou que algumas pessoas estavam erradas, mas isso é uma história que não vale a pena aprofundar. O que importa é que as coisas terminaram bem. Falei com as pessoas com quem tinha de falar, elas falaram comigo, deram-me todo o seu apoio e quando assim é voltamos à normalidade e a normalidade é continuar no Manchester e fazer uma boa temporada.

Por ter chegado à conclusão de que o Manchester é o clube perfeito para si?

R – Penso que sim. Desde os meus 18 anos que estou cá, o clube tem-me apoiado desde o primeiro ao último minuto da minha carreira, as coisas têm corrido bem, tenho evoluído muito em todos os aspectos, seja física seja mentalmente, pelo que tem sido bastante gratificante para mim.

Tem noção de que pode vir a ser uma lenda como George Best ou Bryan Robson, que pode ficar imortalizado no Manchester tal é o estatuto que já adquiriu e que ainda pode vir a adquirir?

R [após uma pausa] É um fenómeno importante. Percebo o que quer dizer. Ficar no clube até ao final da minha carreira… Pode vir a acontecer. É verdade que já disse que um dia gostava de jogar em Espanha. Mas se assim não acontecer não haverá nenhum problema. Estou no Manchester e estou muito bem. Este é um dos maiores clubes do Mundo. A minha ambição sempre passou por jogar num grande clube: já lá estou. Aliás, já estou desde os meus 18 anos. Estive, e continuo a estar, bem, sinto-me muito feliz por isso. Espero que as coisas me continuem a correr da mesma forma, ou ainda melhor. De uma coisa tenho a certeza: o Manchester é o clube ideal para mim.

Sair do Manchester só pela porta grande, é isso?

R – Claro que sim! Nem pensar em sair pela porta pequena!

Que era o que podia ter acontecido…

R – Exactamente. Mas as coisas correram bem. Espero fazer uma boa temporada. Em relação ao futuro, logo se verá. Se fico aqui mais dois, três, cinco, dez anos ou até ao final da carreira isso já não sei. O que eu quero é deixar a minha marca no Manchester, deixar a marca no clube como o primeiro português que jogou cá, deixar a porta aberta para outros meus colegas cá possam jogar um dia. Quero fazer uma boa campanha, quero demonstrar, também, que a decisão que tomei quando tinha 18 anos foi boa, que a aposta que fizeram em mim também foi boa e continuar a demonstrar o meu valor.

Que tipo de preparação fez para o seu primeiro jogo fora em Inglaterra?

R – Preparei-me bem, para além do apoio que todos no clube me deram. Sabia o que me esperava, ou seja, que ia ser assobiado. Tentei enfrentar as coisas de uma maneira normal, pensei unicamente em fazer o meu jogo e em alhear-me do que me rodeasse, fossem assobios, fossem insultos.

Percebeu, em Charlton, que foi o único jogador do Manchester a ser assobiado no momento em que entrou no relvado para iniciar o aquecimento?

R [sorrindo] – Pois… Mas já estava à espera. Já sabia que mal colocasse um pé no relvado ia ser assobiado. Foi o que aconteceu, mas encarei o jogo de uma forma tranquila. Penso que joguei bem e a equipa também.

Tem noção de que os assobios poderão aumentar de escala quando jogar em casa de adversários mais directos, como o Arsenal, o Liverpool ou o Chelsea?

R – Para ser sincero, estou super tranquilo. Tento apenas fazer o meu trabalho, jogar bem, seja em que campo for, e não dar importância nem a assobios nem a insultos. Estou única e exclusivamente concentrado no jogo, de forma a não perder a cabeça, que é fundamental, para não prejudicar a minha equipa. Não quero ser levado a tomar reacções que não sejam normais. Estou com a cabeça no lugar, que é o mais importante, e só consigo isso concentrando-me apenas no jogo. O que vem de fora não me afecta.

Como consegue manter a cabeça fria?

R – Claro que as pessoas têm essas atitudes com o objectivo de me porem à prova, tentando desestabilizar-me, desconcentrar-me e, também, procurarem que eu reaja. Mas isso, garanto, não vai acontecer comigo, porque estou bem psicologicamente. Quando assim é corre tudo bem.

Após o seu jogo com o Charlton os jornais ingleses escreveram em títulos garrafais: “À atenção dos adversários do Manchester. Aviso: assobiar Cristiano Ronaldo é pior”. É mesmo assim?

R [sorrindo] – Ultimamente é o que tem acontecido. Espero que seja assim até ao final da temporada: que me assobiem bastante, que eu jogue bem, que o Manchester jogue bem e que ganhe. Por isso, venham daí esses assobios!

Os adeptos do Manchester é que têm sido incansáveis no apoio que lhe têm dado nos dois jogos que realizou fora de Old Trafford. Foi por isso que no primeiro deles lhes agradeceu de uma forma tão especial, batendo com o punho no símbolo do clube?

R – Cantaram cinco ou seis vezes a minha música ao longo do jogo. Foram momentos importantes, dos quais nunca me irei esquecer. Por isso agradeci, dizendo-lhes que estou no Manchester de corpo e alma e que fiquei feliz por ter ouvido o que eles cantaram.
publicado por Bruno Leite
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